A cada Noite, venho visitar-te na tua solidão, alimentar-te a saudade que sentes já sem saber. Agora os teus olhos vêem-me, o teu corpo sempre me sentiu, mas era uma presença imaginada, hoje sou uma imagem nítida na memória do teu futuro.
A tua pele recebe-me como a brisa do vento, que te abraça o corpo desnudo. Teus olhos cor do mar, vêm-me chegar montando Pégaso. Tuas mãos, desenham sobre a folha branca de papel, fazendo-me real, dando-me forma. Num instante, salto do papel, ganhando vida, apeando-me da montada, pegando tua mão para beijar.
Ofereces-me teu corpo para abraçar, queres sentir os meus contornos e tocar a minha pele morena. Absorvo cada sabor teu, inálo cada perfume como elixir, que me dá vida, que me mata a sede desta ausência prolongada.
Estes breves instantes, entre um dia e outro dia, fazem da Noite um momento de partilha, tornam-na mágica e levam-nos ao lugar dos sonhos, onde se realizam as metáforas, onde nos encontramos a cada Noite. Depois, deixo-te de novo, com a aurora, mergulhada na tua solidão, nos sonhos que desenhas para ti, e despertas, abrindo os olhos, e lembrando-te logo alí, que sonhaste comigo.
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