sábado, 29 de março de 2008

Sonho que criei...


Este é o mundo dos sonhos, lugar impregnado de magia onde teu corpo se passeia. Este é o jardim do Olimpo onde qual deusa desfilas em sonhos por mim desenhados. Aqui não há noite nem dia, apenas a tua fantasia. Eu sou apenas a chama que dá luz ao firmamento, a música que se propaga como encantamento.

Neste lugar oculto, onde chegamos depois de cerrar os olhos, sentem-se por todos os cantos os sentidos, arrepiasse-nos a pele e os cabelos esvoaçam ao vento. As letras são vestidos que te cobrem a pele, as frases são raios de luz que te acariciam. Este é o teu sonho, escrito por mim, em frases carregadas de sentidos, este é o teu mundo, pintado a pincel pelos meus dedos quando te tocam enquanto dorme.

E fico aqui, a te olhar, como se contemplasse um quadro, vivo, como se assistisse a uma peça de teatro onde já conhecesse todos os personagens. Te vejo passar, imersa na beleza desse largo vestido branco, em mais um sonho que criei para ti.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Um corpo que estremece...


Vejo no teu rosto a felicidade desenhada na forma de um sorriso intenso que me deixa hipnotizado. A beleza que emanas, a suavidade que imagino ter a tua pele, o carmim dos teus lábios me fazem ficar aqui, sentado, a te olhar. Te observo os movimentos, as ondas que desenhas com o corpo, a suavidade do olhar e a ternura que de ti transborda.

Ao teu redor sinto a energia que se solta, um corpo que estremece e uma alma que vibra, és luz, brilho intenso que meu olhar ofusca. Tento encontrar palavras para te dizer, mas apenas encontro o meu olhar no teu, como se fosse ímã. Quero te dizer o que sinto mas teus dedos seguram-me os sentidos e não me permitem soltar as palavras. O tempo parou neste instante e em nossa volta a vida suspendeu-se.

Este instante se espalhou por horas a fio, o reflexo da tua silhueta ficou agarrado à minha mente como se teu corpo estivesse colado ao meu. Confesso-me rendido a teus pés, como um ramo de gerberas, ou simplesmente como um corpo que se despe entregando-te a vida.

domingo, 23 de março de 2008

Inspiração...


Parece o tempo apagar as palavras escritas, sentidas e ditas. Parece que é vento que sopra sobre a folha escrita, dissipa as letras escritas de areia, dissolve os sentidos e as emoções. Mas, apenas parece. Apenas porque deixamos que o pó se acumule sobre os livros que já não folheamos, porque deixamos que se escondam por entre milhares de outros sentidos aqueles que mais nos tocam.

Ainda me lembro da textura da tua pele, do calor da tua mão quando tocava a minha. Ainda sinto na boca, o gosto da tua língua que me penetrava. Ainda me arrepia o corpo, quando me recordo de como me mordias o lábio no final de um beijo prolongado, ainda. Depois, o olhar de criança fixado no castanho dos meus olhos, a delicadeza com que pronunciavas cada palavra, a suavidade da tua imagem que se propaga para alem da escuridão. Depois, o palpitar do teu coração, junto ao meu peito, quando de improviso te abraço, te beijo. O silêncio, e a calmaria que se instalou, no momento seguinte a provar os meus lábios.

Não há como esquecer o que sempre esteve presente, não há tempo que apaga, ou vento que trespasse a intensidade de um sentimento. Há apenas o entendimento, desta forma transcendental de amar, ambígua quiçá, mas tão real como outra qualquer. Este livro, cheio de palavras, enrola-se como pergaminho, nos sentidos despertos atrás no tempo, abraça-se como fogo à lenha seca, como água ao corpo despido que mergulha no oceano.

Há tempo, muito tempo, para forçar as tangentes, permitir que as barreiras cedam e se invadam os mundos com a perfusão das essências que são as nossas. Há tempo, para deter o curso do mesmo, suspender a inspiração, o bater, do coração.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Finalmente te Encontrei...


Sigo a corrente do teu corpo, como rio que se deixa levar, por entre montes e vales, contornos que me ofereces na nudez pura da tua própria alma. Sigo as letras que escreves, em cartas nunca enviadas, onde o prazer se deita sobre o papel, como corpo despido sobre o leito. Leio nos teus poemas, as frases de amor que nunca escutei de tua boca. Vejo em teu rosto a alegria que sempre te conheci, mesmo antes de te ver a ti.

Páginas de vida fluem rumo ao mar onde te fazes mulher, sentido intenso, desejo imenso. Aqui sentado na praia da vida, olho o horizonte, onde os sonhos se colam à realidade, onde o mar se encontra com o céu. Sinto na brisa o teu canto, som de uma voz que desconheço, que carrega na melodia as letras que sempre me escreveste.

Tenho saudades do teu beijo, da doçura de uns lábios que não conheço. Tenho saudades da tua letra, impressa nas cartas que nunca me escreveste. Tenho saudades do perfume do teu corpo, que nunca senti como meu. Parece impossível saber, sentir, ou mesmo sonhar como és, sem nunca te ter feito minha, mas a realidade é que muitas vezes o sonho trás a nós as memórias de vidas que já esquecemos.

Te espero, quando o tempo chegar ao fim, quando o dia houver terminado, quando a vida for capaz de trocar a realidade por um pedaço dos sonhos. Nesse instante, te tomarei em meus braços, tocarei suavemente os teus cabelos, olharei em teus olhos e te direi. "Finalmente te Encontrei!"

terça-feira, 18 de março de 2008

A Essencia de ti....


Acordei a alma logo após o Sol se esconder. Falei da saudade do teu corpo, disse-lhe onde te encontrar, ofereci-lhe as asas para voar. Deixei-me ficar, dentro do meu corpo, esperando, escutando a música de outros tempos, sentindo o perfume adocicado do incenso que arde a um canto da casa.

Esta Noite, te leio, nas palavras que escreveste, nos sentimentos escondidos entre os caracteres, no prazer que teu corpo consumiu entre cada frase inventada, na ponta dos dedos que me acariciam a pele. Você é uma fantasia reinventada neste livro em branco, onde nascem como gotas de orvalho as palavras sonhadas entre nossas mãos, que se enlaçam na distância que nos afasta.

Uma vez mais, não encontro imagens para completar os sentidos que se acordam em cada letra que te entrego, num feitiço encantado que a transforma no parágrafo com que desenho o contorno desnudo de teu corpo. O relógio, dança ao compasso dos segundo, deixando o tempo fluir, amortecendo a espera, demorando o regresso de minh'alma, que carregará a essencia de ti, e me alimentará por mais um dia.

É madrugada e o corpo cede ao cansaço dos minutos que se alongam nas horas que passam, o horizonte anúcia com trombetas de luz a alvorada que desperta a vida. Sinto-te penetrar em mim, entregas-me o corpo, no meu corpo, e deixas penduradas na porta minhas asas exaustas, adormeces no âmago do meu peito, e eu, acordo, para um novo dia...

domingo, 16 de março de 2008

Asas feitas de estrelas...


Você chega na sombra da noite, com asas feitas de estrelas para iluminar meus sonhos. É uma fada, com poder alquímico que me esparge um pó dourado. É a luz que ilumina minha noite, que aclara o céu escuro e toma nas mãos o Universo inteiro. Vens em busca do meu perfume, essência que em mim deixaste em outras eternidades, quando ainda não sabias voar.

Adormecido, sobre o leito vazio do quarto, não sei se sonho, ou simplesmente estou acordado. Mas te vejo, te sinto e toco a tua pele, como se fosse de cetim. Com a candura de tuas mãos, me afaga o rosto, aconchegando-me em teu peito, desnudo. Adormeço, entregue à tua guarda, minha fada mágica.

Atravesso as barreiras que o Universo criou para as dimensões e encontramo-nos juntos, em um campo verde, descalços sobre o caminho suave de ervas frescas onde andamos, para tocar o horizonte que vem até nós, oferecendo-nos o arco-íris. A Lua doura ainda mais teus cabelos e faz brilhar os teus olhos como se fossem o próprio céu.

Num instante a magia se dissipa, lá fora um galo anuncia o raiar do dia, e você, não está mais ali, quando o primeiro raio de Sol me abre com suavidade os olhos. Desperto, e a realidade toma-me de assalto, invadindo o meu mundo, escondendo bem fundo o meu sonho.

terça-feira, 11 de março de 2008

Contemplando-te...

Se esconde o dia por detrás das colinas de teu corpo. A Noite sente a tua presença, a alma dissolve-se no ar fresco, se mesclando com as estrelas e os aromas. Daqui, te vejo estendida no horizonte da tua vida. Tuas pernas tocam o céu criando a linha que os separa, teus braços se estendem qual uma planície interminável, num abraço terno.

Nos vales, ora de suaves contornos, escondes o prazer, lugares secretos que me ofereces em descoberta. Nas colinas, parábolas perfeitas, deixas meu corpo descansar, contemplar a vastidão de ti, num olhar penetrante que te toca em todos os sentidos.

Fico aqui, sentado, contemplando-te, preenchendo a tua noite enquanto dormes, como se fosse o teu Anjo, que te guarda, como se esperasse que a qualquer momento teu despertar e conseguísse me ver, me tocar, sabendo antecipadamente que, ainda que despertes, não me verás, apenas sentirás o perfume da minha essência, a presença, mas nunca o calor intenso deste corpo, ou o toque dos meus dedos em tua pele canela.

Desponta a manhã por detrás de teus cabelos dourados, o céu recolhe as estrelas e pinta-se em tons de azul intenso dos teus olhos, nasce a luz de um novo dia, o corpo eleva-se, cruza-se com o meu, atravessa-o, sentindo um arrepio, chamas o meu nome pois presentes-me aí, respondo mas não me ouves, num gesto de despedida, beijo teus lábios, e sentes na boca o gosto adocicado do mel dos sonhos.

domingo, 9 de março de 2008

Te provo...


É você, que no teu silêncio me escuta, que na tua distância me sente, que na tua solidão me espera. Sou eu, aquele que voa pelos céus ao teu encontro, que a cada noite te abraça no vazio da tua alma, que a cada dia dorme em ti.

Teu corpo se abandona aos obstáculos da vida, tua alma mata a sede do prazer que te negam nas palavras deste suco, deste néctar que te ofereço. Juntos, somos um dia qualquer, ou noite qualquer, onde as estrelas se fundem com o brilho dos olhares que nelas se fixam estarrecidamente, perdidos, na esperança de se encontrar.

Te provo a pele despida, sabor salgado de ti, gosto distante que me adocica os lábios e me deixa a boca sedenta de você. Devoro cada sulco, cada curva que desfaço, cada reta percorrida em nós, como se fosses a última corrida. Te toco, na ponta dos meus dedos, como se fosses cordas de um violão inventado ou pedaço de música encantada que me embala para adormecer.

Tudo isto, num segundo, um momento de imaginação, em que os dedos escrevem sozinhos e as mãos, geladas, se deixam conduzir para te tocar.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Escrevo...


Escrevo em teu corpo como se fosses meu papel. Desenho em tua pele. Na ponta dos meus dedos levo as tintas com que te envolvo, no meu olhar a luz com que te ilumino. Resvalam na textura da tua tez as sombras dos teu contornos, suaves curvas que acaricio como se construísse em ti um novo corpo.

Murmuro-te as sílabas que teu corpo absorve, imprime e exibe, como um livro entre-aberto que me apetece desfolhar. Conto-te histórias de encantar, que tomas em teus poemas como pedaços meus que levas. Falo, projetando no vento os sons de uma canção que está por inventar, e tu, dás-lhe a música para quem a quer cantar, encantar.

Dos fios dos teus cabelos escorrem as cores que te dão vida, obra de arte divina, pedra perdida em pleno oceano. Levas tatuado no corpo, a minha voz, e as recordações de um passado misterioso que apenas nós sabemos interpretar, ao ler, diretamente da tua alma, os segredos escondidos em tão íntimo momento.

Nasce a obra, inventada entre nós, corpo de mulher, abraço adormecido em meu colo. Homem maduro que te recolhe, te abraça na sombra desta eternidade, que nos absorve as almas e nos faz um do outro para sempre.

terça-feira, 4 de março de 2008

Oceano da nossa vida....


Te amo sob o olhar atento das estrelas, brilho da luz de teus olhos que nos abraça os corpos. Amo-te sob a Lua que nos espreita, qual confidente, sempre presente em nós. Te amo sob a Noite, escuridão que nos cobre, encobre e descobre em cada toque. Amo o teu corpo, cetim suave que desliza sobre o meu, pétala macia, gerbera branca que no leito escuro salpica os lençóis formando o Céu, aqui, na Terra.

Escuto a tua voz, canto de sereia, mar azul que me inebria. O silêncio cobre-se de ti, ao entregares em mim o teu prazer, sentido profundo do teu amor em mim. Não há noite mais clara, não há Sol que mais brilhe que o teu sorriso misteriosos, envolto em teus lábios doces, sempre que me beijas, sempre que me dás o teu amor.

Esta canção de amar, cadência perfeita dos sentidos, paixão escondida em segredos, desvela toda a loucura que é saber te amar tanto assim, tão ternamente, assim tão calmamente. E nem a maior tempestade assolará a nossa alma porque sabemo-nos um no outro por todo o sempre. Porque as amarras que nos sustenta são feitas de doces fios de seda que nos enleiam num abraço tão profundo como o oceano da nossa vida.

domingo, 2 de março de 2008

Navego em ti...


Navego em ti, rumo ao teu coração. Entrego a vela ao vento Norte, e o corpo à chuva fria feita de lágrimas salgadas pelos teus olhos. Enfrento a tempestade do teu corpo, sulcando ondas, vagas que me assolam a alma. Cavalgo a crista das ondas, procurando o equilíbrio entre a solidão imensa deste mar e a tranquilidade acolhedora do porto do teu amor.

Vou, voo, lanço-me no espaço vazio, agarrado aos meus sentimentos, procurando por entre as brumas a praia escondida do teu ser. Nada tenho a perder, sou apenas uma folha caida, neste Outono da minha vida, procuro apenas um lugar, que sei existir em você, onde aportar, para simplesmente aí me deixar estar.


Derivo, perdido na imensidão do oceano que és tu, chamo-te e não me ouves, grito e não me escutas, desisto e não percebes que fiquei ali, pelo caminho, entregue ao sal das tuas lágrimas, o corpo dolorido, e a esperança derramada, dissolvida nessa água. E você onde está? Já não me sentes, quiçá!

O mundo é imenso, tanto quanto o mar que eu navego, e quantas almas perdidas, procuram ser encontradas, antes do final das vidas!