No silêncio desta noite, fico a escutar a minha própria alma. A Lua, preenche o céu imenso, apagando o brilho da tua estrela. Sento-me no topo da colina, em meu redor as luzes das cidades vizinhas prolongam o firmamento, pontilhando a Terra escura, esbatendo a linha do horizonte. Hoje, não se escuta nada, apenas o som do coração que bate, a um ritmo quase parado.Sei que estiveste aqui, vi-te por entre as sombras das árvores adormecidas, deixaste-te ficar, vieste apenas olhar-me, descubrir nas palavras escritas o fôlego que por vezes te falta. Senti a tua alma palpitar na escuridão, comprimindo-se para não quebrar o silêncio, de palavras que não escreveste, de frases que nunca pronúnciaste.Com as mãos cravadas sobre a terra, deixei que os dedos se afundassem no solo fresco, deixei que criassem raizes e ali ficassem presos para que não deambulassem sobre as teclas, feitas de letras que sempre te escrevo. Mas, a minha alma, soltou-se e com ela libertaram-se as palavras, frases completas, que no silêncio desta noite, agruparam as estrelas em novas constelações e desenham sobre o céu escuro, as palavras que não ouso dizer-te ao ouvido, simplesmente porque, estiveste aqui, e não me deixaste ver-te.
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