quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Suavidade do teu corpo

A suavidade da margem do teu corpo, adormece-me nas praia da tua pele. O vidro que nos separa, condensa em si toda a humidade que se desprende de ti, pareces um sonho para lá da realidade fria daquele cristal. A silhueta desnuda, reflete para lá do corpo a alma intensa que reside em ti. Os contornos suavizados pela água que se desprende em pequenas gotícolas, que resvalam ao sabor da gravidade, tornam-te uma simples miragem.

Os aromas que emulsionam a água que cai em cascata do chuveiro preso na parede, espalham no ar o perfume que sinto sobresair da tua pele quando me abraças. Do cabelo escorrido, enrolam-se cordas de água doce, que se precipitam até ao lago que se estende a teus pés, percorrendo-te todas as curvas, inundando-te cada recanto íntimo, para terminar, levando com ele, pedaços de ti.

Fico aqui, do outro lado desta barreira cristalina que nos separa, como se estivesse numa galeria, contemplando uma obra de arte. Espectador atento da tua sensualidade, vigilante dedicado de tua essência, anjo, guarda, de tua alma.

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