terça-feira, 20 de novembro de 2007

Letras


Nas letras do teu poema, encontro-te, contemplando a noite, a alma enlaça-se nas rimas, e a voz que não escuto, declama os versos, como se os escrevesses nesse instante, para mim. No teu poema, a luz nasce, entre cada estrofe, no ritmo do palpitar do meu coração que bate no teu peito.

O teu corpo, despido, espera pela brisa do meu vento, que o afaga, como se meus dedos se fizessem de nada e viessem acariciar-te a tua pele canela, descobrindo cada recanto teu, como se já te houvesse tocado um dia, te tivesse possuído, fosses minha naquele momento em que consigo rasgar a barreira entre as dimensões para estender o meu braço, abraçar-te.

A música embala o teu olhar, uma lágrima de saudade desprende-se, formando um rio que corre, face abaixo, percorrendo-te, deixando por todo o corpo as letras que me escreves, fazendo da tua pele, papel onde marcas a tinta os sentidos que me ofereces.

Neste instante, abro as nuvens, e deixo escapar do meu peito um brilho, que atinge o teu olhar, repousa no teu peito, levando com ele a minha pele, o corpo que te aquece a alma, te cobre, te descobre e te ama até nascer uma nova madrugada.

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