terça-feira, 13 de novembro de 2007

Esperar

Tento adivinhar por entre as pedras o caminho, tento contornar as dificuldades que o destino me coloca, por forma a não esbarrar, não magoar. Evito, as pontas afiadas das rochas, evito perder-me na caminhada. Por entre a bruma, descubro-me, vejo a imagem refletida nas superfícies brilhantes, imagino o que está para lá da esquina, tentando predizer o que está por vir. Debruço-me sobre os livros, sobre as formulas, calculos e profecias, tentando entender o rasto que fica quando passo, a cada passo. Caminho, pesadamente, sobre cada trecho, sentindo o corpo cansado, a alma carrega-me. Procuro no escuro, a luz de um dia qualquer, procuro na noite, a Lua que teima em adormecer. Longo é cada segundo que arrasta o tempo atrás de mim, como uma corrente que me prende, sangrando-me o corpo, dilacerando-me o espírito como um cilício. Entrego a esperança carregada entre mão, ao divíno, deixando o futuro chegar sozinho, deixando a alma esperar, na beira do caminho, que a venham buscar.

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