sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Gotas de Cristal


Gotas de cristal, lágrimas perdidas na noite. Pétalas despidas duma flôr qualquer. Sentidos esvaídos, exprimidos, contidos apenas na essência de um instante feito de água, com gosto salgado.

Hoje, quero evaporar-me contigo, mudar de forma, esquecer-me de toda e qualquer norma, ser apenas ar, volátil, vazio, e nada mais. Quero subir, unir-me às nuvens que cobrem as tuas estrelas, tornar-me tormenta, condensar-me de novo. Purificado, quero cair, em direção à terra, para novamente me perder, sobre um telhado, uma flôr, ou simplesmente, uma estrada, um caminho que me leva de volta a lugar nenhum.

De regresso, ao mar revolto, através da doçura dum ribeiro qualquer, volto a salgar-me como as lágrimas que te escorrem pela face, nesta noite escura em que a minha alma não iluminou o teu caminhar.

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