domingo, 4 de novembro de 2007

Espaço de solidão


Sento-me, na beira deste limite de Terra, quero partilhar com todos a minha solidão, a minha vontade de ficar só. No limiar do momento, deixo atrás tudo o que ganhei, olho o infinito sem ver o que vem, vivo apenas o prazer deste momento em que me deixo envolver pelo silêncio.
Absorvo todos os sons que o horizonte me trás, sinto, o toque da água fria deste mar que me afaga os pés, deixo que o espaço me devore na solidão deste instante, em que o dia adormece nos braços da minha noite.
Deixo que os pensamentos resvalem para este oceano que à minha frente se agita, afogando-se no sal desta água pura. Espero, libertar-me aqui, na beira deste abismo, deste corpo velho e usado, e ganhar asas para voar de novo, numa liberdade há muito conquistada.
Aqui sentado, espero que a noite me abraçe num prolongado momento de solidão.

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