domingo, 12 de agosto de 2007

EQUILÍBRIO


Num dia choramos... No dia seguinte sorrimos...
É assim a vida que temos.

Aos momentos tristes sucedem os momentos felizes, e aos momentos felizes sucedem os tristes. A vida não pára.
O mundo não espera que gozemos à vontade os momentos que nos fazem sentir bem,
nem tão pouco nos dá tempo de digerirmos tudo aquilo que nos destrói e nos deixa em baixo.
Há que viver, sempre e a cada momento, pois cada momento pode ser diferente.
Há que viver, ao máximo, sem esperar nada, nem planear muitas coisas...
Há que deixar correr... deixar passar o tempo... deixar a vida manifestar-se...
Acima de tudo, há que aceitar um segundo, um minuto, uma hora...
Há que aceitar a vida toda... conforme o que ela nos faz sentir a cada dia.
Não adianta perder tempo a esperar melhor ou a preocupar-se com o pior...

A cada momento, cada coisa acontecerá...
Num equilíbrio perfeito do Universo.
Todas as pessoas têm os seus altos e baixos...mas é sempre possível verificar o equilíbrio. Que ninguém se considere demasiado triste e “amaldiçoado”, que não consiga ter momentos bons...
E que ninguém se considere demasiado feliz que não se encontre triste num momento da sua vida...

Mas principalmente, que ninguém seja cego e não consiga ver o equílibrio da sua vida...
Que ninguém seja demasiado egoísta para não perceber que por as coisas não serem como queria, não quer dizer que não sejam perfeitas na mesma...
Que cada pessoa saiba abrir os olhos e perceber que realmente existe um equilíbrio...

E que o ponto de equilíbrio da vida de cada um, é ele próprio...

Surya Namaskar - Saudação ao Sol



Na Índia é muito comum a reverencia ao sol e ao deus que o representa, chamado Surya. Em Konark, interior de Bhubaneswar capital de Orissa, está situado o templo do sol, construído como uma majestosa carruagem, carregando as três representações do deus sol, com 24 rodas enormes, puxadas por sete cavalos. As três representações estão situadas estrategicamente na mudança da posição do sol. O deus Mitra fica voltado para o sul onde o sol nasce. O deus chamado Pusan fica voltado para o oeste, onde o sol se posiciona no meio do dia. O deus Haritasva fica voltado para o lado norte onde o sol se põe. Também há a representação das 24 rodas como se fossem às 24hs do dia ou dos 12 meses. E os sete cavalos como se fossem os sete dias da semana.
Nos textos sagrados da Índia, o Sol é visto como a manifestação material e visível do deus Brahma, criador do Universo. E é no Yajur-Veda, um dos quatro livros clássicos, que está toda a estrutura do Surya Namaskar.

Surya é uma palavra sanskrita e significa Sol. Namaskar também é uma palavra sanskrita e significa Saudação. Portanto, surya namaskar significa literalmente Saudação ao Sol.No Hatha Yóga o Sol é representado por pingala ou surya nadi que é o canal por onde passa o prana (energia vital) situado na narina direita. A prática do surya namaskar regulariza o surya nadi proporcionando um equilibro da energia do sistema tanto no plano físico quanto no mental. A prática é composta de três elementos importantes: Forma, energia e ritmo.

A forma como é realizada a seqüência da saudação ao sol, se assemelha ao ritmo do universo: O ciclo das 12 posturas com as 24hs do dia, os 12 meses e o biorritmo do corpo. O objetivo dessa prática é a harmonização do Ser com o Universo.

Ao atingir a harmonia do corpo, mente e cosmos, o surya namaskar trás inúmeros benefícios, resultando em plena saúde e eliminação de qualquer tipo de enfermidade. Ajuda no equilíbrio de todo o sistema nervoso-emocional, ativando as glândulas endócrinas, a circulação sanguínea e aumenta a capacidade de oxigenação das células. Elimina quaisquer distúrbios respiratórios, circulatórios, digestivos ou mesmo intestinal.

O melhor horário para se praticar a saudação é durante o nascer do sol e se possível em um local bem arejado e com a luz do sol.

Namastê !!

" Nocturne - Secret Garden"

Renascimento Espiritual


Respire profundamente relaxe. Deixe tudo se acomodar. Esteja totalmente presente, naturalmente presente, sem esforço. Você está se sentando por um instante, um instante eterno. Não perca o momento. Só existe este.

Sinta tudo, como é. Esteja presente, alerta, desperto e relaxado. Abra-se para a presença sem esforço, para a consciência pura. A presença total. Tenha consciência de estar consciente, uma percepção luminosa, sem centro, aqui e agora. Deixe que tudo aconteça sem esforço, de forma transparente. Abandone o controle, a manipulação e o julgamento.

A cada respiração, solte um pouco mais. A cada respiração, solte, relaxe, abra e centre-se cada vez mais profundamente. Cada expiração é uma pequena morte. Simplesmente esteja com a expiração, e a cada expiração solte um pouco mais. Um pouco mais ... solte os nós do seu psiquismo. Relaxe. Largue tudo. Solte a tensão dos ombros, expire-a. Expire aquele pensamento, aquela lembrança, solte, solte, solte...

Solte a expiração. Morra um pouco a cada expiração. Morra no momento presente. Qualquer sensação sinta, deixe-a partir. Largue o corpo, largue a mente, largue os pensamentos e a personalidade. Largue tudo. Solte. Largue sua auto-imagem, sua casa, suas posses, seus planos, sua carreira. Solte. Tudo está perfeitamente resolvido na mente natural que não nasce nem morre.

Abandone as tentativas de controlar a mente. A cada expiração, solte. Aperte a embreagem do desapego espiritual e desengrene a marcha. A cada expiração, solte mais alguma coisa - o que vier à cabeça, uma sensação, uma emoção, um sentimento, um relacionamento uma pessoa, um medo, uma posse. Respiração à respiração, momento a momento - simplesmente solte tudo. Habitue-se a evoluir, a se transformar, a passar sem resistência, sem se agarrar, sem apegos. Respiração a respiração, vá soltando. Deixe todos fenômenos ilusórios irem embora.

A cada respiração, perdoe aos outros. Perdoe às pessoas de seu passado - aquelas com quem não tem mais contato, e também as que ainda estão ao seu redor. Perdoe a sí. Aceite os outros como são. Aceite totalmente a si mesmo. Deixe tudo ser como é. Isto é a sabedoria em ação. A cada respiração, abandone o medo, a expectativa, a raiva, o arrependimento, o desejo, a frustração, a fadiga. Abandone a necessidade de aprovação. Abandone os velhos julgamentos e as opiniões. Morra para tudo isto, e voe livremente. Eleve-se na liberdade da ausência de desejos.

Solte. Deixe. Veja através de tudo seja livre, completo, luminoso e volte para casa.

Com este tipo de meditação, as camadas sutis que formam quem nós somos começam a se arrumar, e nós penetramos mais profundamente no nosso estado natural - o estado despojado do ser autêntico. Isto é uma transformação ocorrida aqui e agora. Um renascimento espiritual.

http://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=1032

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

SOMOS



“Some of these days
You’ll miss me honey”

(blues que permeia o romance a náusea,de jean-paul sartre)

Para alguns teóricos da psicologia, é comum e quase de praxe gritar aoS quatro cantos do mundo que somos seres angustiados e vazios, destinados ao sofrimento e à solidão. Mas… realmente somos?

Antes de sermos destinados à solidão, devemos lembrar das experiências vividas e recordadas, da boneca que ganhamos, dos jogos que jogamos, da tensão antes de fazer uma prova, das músicas de ninar que ouvimos, dos segredos que guardamos na agenda.

Somos o nosso lugar favorito, somos o amor atordoado que vivemos, a desilusão que é proporcionada, a conversa séria que tivemos com nossos pais sobre sexo e relacionamentos. Somos o que lembramos…

Somos a saudade sentida daquele amigo, parente, que já morreu.

A desilusão do sonho desfeito, O machucado que sofremos ao cair da árvore, a dor de não ter dado certo, de termos perdido a oportunidade de falar na hora.

Somos aquilo que foi podado no nosso passado, a mensagem contida num trecho de música, a cena de um filme que nos emocionou.

Somos feitos do que sentimos saudade, somos aquilo que choramos, soluçamos e sofremos…


Somos a força de motivação, a auto-estima do amigo, as palavras que são necessárias serem ouvidas, a ação inesperada e institiva, somos o enjôo, o arrepio, o erotismo que aflora, o carinho que demonstramos, somos o grito que faz a garganta doer, a cabeça dolorida, a peça do quebra cabeça que falta.

Somos a raiva, a gargalhada, o beijo,

Somos o que experimentamos, sentimos…


Somos a frustração de não ter alcançado a meta, a decepção de não querer mudar. Somos o desprezo pelos mentirosos, o ódio que tudo isso dá, somos aqueles que nadam contra a correnteza, que mesmo estando cansado não desiste, somos a indignação com a situação do planeta, o desmatamento das florestas e selvas, a extinsão

De animais.
Somos o que nos inflama…

Somos aquilo que aclamamos, desejamos. Somos os direitos que possuímos, as obrigações que assumimos por causa dos direitos adquiridos, somos o caminho a ser percorrido, a estrada que bifurca-se, que não tem saída, que perde-se e se reencontra. Somos o que eternamente buscamos.

Não somos somente aquilo que vestimos e comemos, somos o que sonhamos, desejamos, tememos, odiamos. Somos o que queremos, gozamos, organizamos, rabiscamos, engolimos,

Aquilo que lemos.


Somos aquilo que ninguém, além de nós, consegue enxergar.

Somos o que somos. Seres perfeitos na imperfeição, na angústia, na dor, no
Amor, na alegria, na saudade, no êxtase…

Existimos para experimentarmos as diferenças de todas as experiências.

Afinal,
Somos o que somos!

domingo, 5 de agosto de 2007

COMO TER E MANTER AMIGOS



Meu pai faleceu em Curitiba e eu tive que vir do Rio de Janeiro imediatamente. Qual não foi a minha surpresa quando ao regressar do enterro encontrei seis amigos que tinham viajado 13 horas de carro para me dar apoio naquela hora difícil.

Marcos me telefonou e disse que precisava conversar. Ele andava muito estressado. Encontramo-nos numa confeitaria para comer uma gostosa coalhada e tomar um café. Que coisa boa dar risada, conversar sem compromisso, falar das frustrações. Como foi bom para o Marcos saber que alguém separou tempo na sua agenda para "jogar conversa fora", só por amizade!

Eu queria tanto ter um toca-fitas no meu carro mas o dinheiro andava curto e não dava para comprar. Fiquei assim por alguns meses até que o Amilton comprou um toca-fitas novo para o seu carro. Adivinha o que ele fez com o outro? Ele não vacilou, veio até minha casa e me deu o velho. Sem exigências, só pela nossa amizade!

Amigos não nascem em árvores, nem aparecem num passe de mágica. Boas amizades crescem ao longo do tempo e são resultado do investimento que fazemos em nossos relacionamentos pessoais. Existem alguns princípios básicos que podem ajudar-nos a desenvolver boas amizades. Eis alguns deles:

a.. Seja amigo! Quem deseja ter amigos precisa se fazer um amigo. Não espere que os outros tomem a iniciativa, mas desde o princípio mostre-se amigo das outras pessoas. Para experimentar uma boa amizade é necessário arriscar-se oferecendo a sua amizade ao seu próximo. Ainda que você seja tímido, peça a Deus para dar-lhe esta disposição e lhe direcionar para aqueles que precisam de amigos.

a.. Identifique os seus amigos, colegas e conhecidos! Conhecidos são aqueles que convivem conosco, estudam na mesma sala, comem na mesma cantina, trabalham na mesma empresa, moram na mesma rua, etc. A nossa conversa com eles nunca vai além de informações do tipo: "Oi! Quanto foi o jogo ontem?" Colegas são aqueles que nos conhecem um pouco mais. O nosso relacionamento com eles é estritamente "profissional". São amigos em potencial. Eles convivem um pouco mais conosco, sabem onde moramos, mas não conhecem os nossos sonhos, dúvidas e aflições. Nenhum dos dois sente que gostaria, pelo menos no momento, de investir em um relacionamento mais profundo. Amigos estão conosco na escola e na vida. Existe uma certa cumplicidade nos sonhos e nas aspirações. Partilhamos com eles o que nós somos e sentimo-nos aceitos por isso e apesar disso!

a.. Aceite que é impossível ser amigo de todo mundo! Estudiosos do comportamento humano tem descoberto que não temos tempo nem estrutura emocional para desenvolver, simultaneamente, mais do que 8 relacionamentos significativos em nossas vida. Desenvolver amizades sinceras e profundas exige tempo e exposição gradativa do nosso interior.

a.. Procure ter mais do que um amigo! A amizade saudável não é possessiva. Você não possui seu amigo e nem ele a você. Ter apenas um amigo é limitar muito a sua percepção de vida. Formar um grupo de amigos que jogam bola juntos, fazem passeios juntos é muito saudável e pode ser a cura para amizades possessivas.

a.. Aprofunde a amizade aos poucos! Ao fazer novos amigos você estará se tornando vulnerável à rejeição. Não abra todo o seu coração logo no começo. Agindo assim você dará oportunidade ao seu novo amigo de estudar e ver se ainda deseja continuar aprofundando o relacionamento. Você estará também conhecendo melhor a pessoa e descobrindo se ela é alguém em quem você pode confiar. Esta atitude permitirá que você possa desistir de investir numa amizade sem sentir que outro já sabe demais de você!

a.. Evite julgar pelas aparências. Lembre-se que o homem vê o que está diante dos olhos, porém Deus vê o coração das pessoas. Procure ver as pessoas como Deus as vê e você será surpreendido. Não importa "status" social, beleza, popularidade, etc. Quem procura um amigo deve começar valorizando o interior.

Quando você encontrar um amigo verdadeiro, a vida poderá levá-los por caminhos diferentes e anos se passarem até que num reencontro feliz vocês continuem aquela conversa tão gostosa iniciada "ainda ontem".

L. R. Silvado