Sente-se no ar o teu perfume, em meu rosto o calor do teu. Te recebo, nesta visita aos meus sonhos, como se fosses real, como se estivesses em mim. Sinto a tua mão sobre os meus olhos, cobrindo-os, não queres que te olhe.
Escondo também o teu olhar com a minha mão, nossos lábios silenciam-se pousando sobre os rostos. É noite, e veio me visitar aos meus sonhos. Minhas mãos sentem o toque da tua pele, respiro o ar que expiras, como que absorvendo-te a alma, quero-a, minha, devolvendo-te na minha expiração a essência do meu ser.
A Noite cruza os céu, e deixa-nos ali, abraçados numa forma invulgar de amar, duas crianças que na sua imaculada pureza se desejam duma forma diversa. As estrelas são gotas de chuva celestial que se desprendem dos céus e se precipitam sobre nossos corpos inocentemente despidos.
Não sei quando voltarás, se voltarás ainda nesta vida. Mas, neste momento em que te sinto, o tempo não conta, deixou de existir, ficando apenas o amor que em nossas almas habita. Não importa se, quando a manhã chegar já não existes aqui, se quando o Sol raiar se desvanecem as esperanças em mim, apenas agora, que nossos corpos partilham o mesmo ar que respiramos, que as almas se fundem numa única e verdadeira expressão do Amor eterno, importa sentir os dedos da eternidade embrenharem-se em nossos cabelos feitos de ventos de esperança.
Acorda-me o dia, e de ti apenas o perfume invade o quarto, recordação de uma noite em que me visitou nos meus sonhos, me beijou e se despediu da minha vida!
Nenhum comentário:
Postar um comentário