quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Luz dos teus olhos


Abrem-se as portas do paraíso escondido em ti, os raios de Sol rasgam o pano escuro da Noite, os olhos ofuscam-se com o brilho dum olhar teu. Fez-se dia no mundo dos sonhos, do outro lado, a realidade escorre por entre dedos ao ritmo de mais uma noite de sono. Revelas-te em todo o teu fulgor, de traços redondos, de pele despida, a tez branca faz lembrar-me um rosto de gueixa, que num longínquo instante se entrega de corpo e alma ao culto do prazer.

Caminho, em direção a ti, por entre roseiras e margaridas, sentindo esse perfume que o teu próprio corpo emana, qual flor silvestre que me aprisiona o olfato e inebria o sentir.
Voam em redor os pássaros feitos de papel, que como por magia, a tua, ganharam vida e vêem agora acompanhar-me neste passeio pelo mundo dos teus sonhos. Vens receber-me, escondendo a tua nudez por detrás de um fino tecido translúcido. Abro os braços e deles soltam-se notas de música que invadem todas as dimensões.

A boca, calada, diz-te sem se mover, as frases que esperas ouvir, os olhos, cerrados, vêem a dimensão da tua alma que me envolve por completo, tomando-me nesses braços imaginários e confortando-me o corpo.
Sinto o calor do teu corpo aportar-me a energia que me alimenta, espero o teu abraço, quando chega tão próximo que te confunde comigo.

Os teus lábios entregam-me o mel da vida, sopro do divino que me enche a alma de alegria e acorda o corpo que arde de desejos por te possuir.
Este dia não tem limite de tempo, e nem mesmo a noite que termina no lado escuro da vida, consegue ocultar a luz do teu olhar, que me guia pela eternidade fora.

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