segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Nossa própria eternidade

Esperas-me entre as brumas da noite, o corpo treme invadido pela ânsia do regresso às suas origens. Venho suavemente, como uma brisa de final de tarde, escondo-me por entre as árvores e espreito-te. Deixo que o Sol se apague, e antes mesmo que a noite se instale, passo pelos teus cabelos, afagando-os com uma brisa suave.

O céu escuro, preenche-se de estrelas, e do nada me faço gente, corpo presente. Sentes-me, te abraço encostando o meu peito às tuas costas, minhas mãos procuram os contornos suaves da tua pele, desenhando-te colada ao meu corpo. Inalo o teu perfume, que me transporta no tempo, levando-me para lá da eternidade. Deixas-te estar, entregas o teu corpo ao meu, absorvendo cada toque que persegue os teus desejos.

A música solta-se no ar, e os corpos comprimem-se num abraço apertado, fusão perfeita de curvas e concavidades que se encaixam como peças de um mesmo corpo. Encontramo-nos por instantes numa mesma dimensão, onde os corpos se materializam e os desejos se realizam. Um momento fugaz, roubado à realidade, onde seguramos por um fio invisível o tempo, que se pára na ponta dos dedos, permitindo-nos prolongar entre um segundo e o próximo a nossa própria eternidade.

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