terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Esperança que guardo no peito...


O teu corpo e o meu espera pelo tempo, na vontade que este te leve com ele. Esperas-me no limiar desta dimensão que construímos juntos com as próprias mãos. Seguras entre dedos o gosto suave do meu corpo, essência minha que em ti deixei, para saber regressar ao meu lugar em ti. Hoje olhas as estrelas. Perguntas-te qual delas tem o meu brilho, onde habita o meu corpo, disperso entre as cinzas deste fogo adormecido. Nas ondas do teu mar, envolves o meu olhar, lágrima solta que se desprende na saudade de te encontrar.

Olho-te, longe, como única estrela em meu firmamento, aqui a noite é completamente escura, apenas tu, refletes nela o teu olhar, brilho azul de mil sois, silêncio musicado em mil letras. O teu amor sustenta o meu corpo, alimento puros, néctar, mel e simultâneamente alento, que na distância mata a sede, absorve a tristeza e me dá a esperança que guardo em meu peito.

Recebo o toque suave de teus dedos que se entrançam em letras, palavras e frases que acolho, recolho e guardo em mim, como tesouro escondido, como sonho que me atrevo a sonhar acordado. Sopro com a suavidade da tua pele o amor que ofereço em pétalas vermelhas de uma rosa desfolhada pelas formas que recordo ainda do teu corpo esbelto.

O tempo, espera-nos, mais adiante, no caminho do nosso destino, para juntar o dia e a noite, o rio e o mar, o teu corpo e o meu.

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