sábado, 24 de janeiro de 2009

Tremor...


Sinto ainda os detalhes de um corpo que desliza por entre as pontas dos dedos, um instante de prazer que em teu ventre se perde, num toque suave entre as peles de corpos diversos. Percebo ainda os teus olhos cerrados em busca da luz que do fundo do túnel se eleva, como raio cósmico em direção ao fundo da tua alma. Sinto ainda o tremor suave de um corpo que estranhamente recebe o meu.


Escuto ainda os gemidos dos sentidos, quando me adentro em ti, o calor com que me abraça o prazer que me fazes sentir. Olho ainda cada ângulo de ti, como se fosse efetivamente um último instante, antes mesmo de voltar a ver o brilho do teu olhar num amanhecer do teu rosto na outra face da Terra. Pressinto agora o prazer com que me recebes em cada lugar, como se fosse o derradeiro encontro, porque depois virá outro dia e nada está definido à partida, e a chegada não se sabe se ocorrerá nesta vida.


Na ânsia de não me perder nos meandros do prazer sem ter preenchido cada pedaço de ti, entro nas tensas vagas deste corpo que não controla todo o Universo, apenas e só pequenos arrepios do prazer que me provocas. E tão inocente me deixo levar, sem saber onde parar, como e onde estar, em ti, contigo, aqui.


E mais uma noite me trás as palavras que te escrevo enlevo destes sonhos que te acordo, sem saber até que ponto posso e devo te tomar como minha, mas sigo, num caminho não demarcado, à beira de todos os precipícios sem saber onde vou chegar, sabendo apenas que em ti vou estar, permanecer, ficar.

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