terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um sinal...

Há no tempo um lugar, um momento, um instante, um sinal de silêncio que invade os corpos e os despoja de roupas, de sentidos e de medos. Há no tempo um momento, um instante em que somos tudo aquilo que gostaríamos de ser, sem resquícios de tristezas, euforias ou desejos. Há neste tempo um instante em que paramos para olhar para trás, como se a saudade fosse já uma constante antes mesmo de partirmos.

Hoje, neste lugar feito de tempo, deixo os passos partir rumo ao futuro enquanto me sento, sobre mim próprio com vontade de um abraço teu. Hoje, neste lugar onde me espero, vejo aproximar-se o passado que segue em direção ao seu futuro, como comboio que passa sem parar nesta estação. Hoje, aqui mesmo onde estou, sinto a brisa leve do vento que segue rumo ao horizonte, sinto o perfume das pessoas que caminham envoltos neste lugar silencioso que me aconchega.

Deixo a música tocar, invadir a sala e dançar, sem corpos, como se aqui, neste mesmo lugar, o tempo tivesse feito uma pausa para só me encontrar. Fico a olhar, o desenrolar da vida em meu olhar, como filme que gira em torno deste lugar mágico onde sempre venho descansar. Sorrio e vejo a minha própria figura, inocente, irreverente, poeta louco e confuso, tcego, surdo, mudo e tudo, tudo isto me faz ficar, quieto, aqui neste lugar.

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