quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Escrevo...


Te escrevo ao som do corpo que geme, que grita teu nome em prantos suaves de um carmim intenso. Te escrevo neste livro branco cheio de folhas vazias, como se desenhasse teu corpo em devaneios as minhas loucuras. Nesta carta expresso a você o meu amor, o ardor intenso que meu corpo em chama projeta no astro. Me sinto Iluminado por mil sois, estrelas cadentes, fulgentes que em minha alma se acendem.


Abro o meu peito, feito de magia, enfeitado de letras e frase em que a loucura me banha o limiar dos sentidos, como se quisesse aqui prender-te toda a noite, na magia e no encanto desta frase que lês, re-lês e escutas como ecos distantes da minha própria voz. Escolho os sons que gostas de ouvir, momentos intensos em que te consigo despir, apenas e só com o pensamento, com um suave tormento, arrepio intenso da tua pele desnuda que em meu texto transparente se deita e se entrega no êxtase do nosso amor.


Te escrevo esta carta com o amor que nos temos, com a vontade que a vida nos nega, mas que os sonhos permeia. Sentimo-nos nestes momentos, em que as folhas escritas por nós nos chegam, aconchegam o peito, e exaltam os corpos em paixões assoberbadas, noites caladas no silêncio dos gemidos, sentidos abertos, corpos perdidos. Entro em ti, como se trespassasse o tempo, te penetro o corpo, e me sente dentro de você, como se fosse exatamente como te escrevo, com a intensidade de um verso, com a força de um parágrafo inteiro que te acaricia os seios e te transtorna a líbido em ondas de um prazer absoluto.


Esta é a carta que te deixo, escrita em todos os tempos, numa linguagem ancestral que todos entendemos. O envelope onde te envio é a música que teus sentidos escutam, e ainda a noite vai alta quando me sente chegar, para te abraçar com se fosse um livro onde te fecho dentro.

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