domingo, 11 de maio de 2008

Um instante...


Prelúdio de um instante, segundo antes do teu olhar, sonho, mesmo antes de acordar. É você, que, como fonte de água viva, brotas do seio da Terra virgem, imaculada e fresca, mata minha sede, que a boca quente ansiava por ter. É, a luz terna, amante eterna que o corpo quer vestir. Puro o teu sentir, leve o espírito que esvoaça na noite escura.

Corpo do meu texto, livro aberto onde te descrevo. Fôlego que me invade de oxigênio, levito, pairo como ave suspensa sobre o firmamento, brilho de estrela. Silêncio que veste o teu corpo, nú, que aqueço em mim, retrato desenhado da tua pele, ou, simples saudade que a palavra descreve. Distância que te trás perto, lugar estreito, estrondoso que se propaga pelo Universo.

Final, antecipadamente anunciado, abraço, apertado. Neste lusco-fusco, neste quarto, onde todas as noites somos sonhados, jardim, perfumado de essências, lugar sagrado. Esta noite sou um cântico, voz dos poetas, uma música celeste que em teus sentidos remexe. Quebro o silêncio, invado-te com mil palavras, trazendo a luz, criando as sombras que detrás de ti se escondem. Você é o livro que a cada dia escrevo, te encho de palavras e sentidos, toco como se fosse meu corpo teu.

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