quinta-feira, 15 de maio de 2008

Estou...

..à tua espera, sentado neste banco de jardim, olhando as águas plácidas do lago, esperando pelo tempo, esperando por ti. Não vou a lado nenhum, apenas fico, à tua espera, sinto a tua presença em cada gota de maresia, em cada átomo de oxigênio, em cada sopro de vento, em cada raio de sol. E quando a noite vem, te vejo, refletida no brilho de cada estrela, na face oculta da Lua, onde te escondes só para mim.

Fico, aqui, à tua espera, porque o tempo não importa, porque a eternidade absorve os segundos e as tuas palavras alimentam a minha alma, mesmo quando não as consegues fazer chegar até mim. Sei que as escreves, que as pronúcias ao vento, que as sonhas e inventas, na tua poesia, nesse verso em branco, que escreves na areia da praia, no ar que respiras ou simplesmente na alma que é a minha.

Te descubro-te, ao olhar a flor, ao sentir o teu perfume invadir o ar que me consome, ao encontrar a tua alma, dispersa entre campos e cidades, entre rios e mares, entre o dia e a Noite. Te reconheço, em cada rosto que passa, em cada corpo que flui, nas vozes que se cruzam, nas formas que se projectam na luz do dia, mas, particularmente, descubro-te, naquilo que não se vê, que não reflete o dia, e apenas na sombra da noite, se transforma, te vejo refletida em mim, nesta alma que carrego comigo, a tua, que é minha, que é a nossa.

Te digo que fico, a tua espera, porque apesar da distância, estas aqui, sentada sobre o meu colo, neste final de dia, esperando a noite para me abrace, para mesclar-me no meu corpo e possuir a minha alma, com a intensidade de mil sois, com a força das tempestades. Eu? Fico!

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