sábado, 24 de maio de 2008

Peço...


Peço ao céu as nuvens, que com um sopro, esculpo o teu corpo. Peço ao Sol os raios, para transformar nos fios do teu cabelo. Peço à Lua o brilho, que coloco no teu olhar. À Terra peço a cor com que cubro a tua pele. Da noite retiro o véu, pontilhado de estrelas, com que sensualmente te visto.

Do mar retiro a força das marés, com que te animo, da minha alma, retiro um pedaço, e te dou vida. É assim todas as vezes que te vejo, um quadro, uma escultura, uma criação divinalmente bela. Suspensa sobre a bruma da madrugada, chegas para me salpicar a alma com o orvalho da manhã, para me acordar com um beijo suave sobre os lábios dormentes de um sono à muito prolongado.

Me acorda, com a carícia da brisa suave duma qualquer manhã de final de Verão, e eu, que te esperava desde os confins da eternidade, abro os olhos para contemplar a beleza da tua aura que brilha sobre um corpo inventado num sonho de menino. Acordo, com o sorriso a despontar-me na face, ao encontrar com os meus olhos, os teus, ao encontrar com os meus dedos as tuas mãos suaves, ao encontrar com os meus lábios, o mel da tua boca que me adoça o despertar.

É assim que sempre chegas até mim, mesmo na distância, mesmo na saudade, é assim que te recordo, e é assim que te sinto, sempre presente em mim, em cada despertar, mas particulamente em cada adormecer...

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