quarta-feira, 7 de maio de 2008

Próprio Vento...

O fogo do silêncio adormece no teu peito como pluma que perde as asas por falta de vento. És deusa adormecida entre as pausas da minha vida, eu vento que te trás as asas dos sonhos. A alma se solta em passos de dança, num ritmo lento e belo, colhes meu corpo como espiga dormente e me leva como se fosse você o próprio vento.

Este bailado se propaga nos céus da noite, como uma galáxia que gira sobre si mesma. Em baixo a Terra guarda-nos os corpos abandonados à própria vida, enquanto aqui, neste lugar mágico, jardim secreto, seguimos os passos um do outro numa harmonia perfeita. Almas de pássaros que flutuam no vazio dos sonhos, entre estrelas distantes e paixões ardentes.

Teu corpo dolente não toma consciência da turbulência de tua alma, teu rosto triste não compreende a alegria do teu espírito, e neste contra-senso contorce-se como se atravessasse um pesadelo. A noite alonga-se até ao raiar do dia, deixando a alma plena e teu corpo exausto. Retiro-me para repousar em minha ceara, e tu despertas para a vida.

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