domingo, 9 de dezembro de 2007

Visito-te

Visito-te, em mais uma noite, procuro por entre as estrelas o caminho que me conduz a ti. Encontro-te, na beira de um lago de águas tranqüilas, olhas o céu, a Lua espreita o teu corpo desnudo por entre o rasto das nuvens, e eu escondo-me por entre as árvores. Fico ali, descobrindo as diversas tonalidades da tua pele, este é mais um quadro que quero guardar de ti, mais uma tela que penduro nas paredes da minha alma. A natureza invade a atmosfera com sons e perfumes, a esta distância, pareces uma Deusa que veio adormecer nas margens, deliciando-se com a frescura da brisa da noite. Espero que adormeças, e quando os teus olhos se fecham, vôo suavemente sobre a superfície das águas. Paro mesmo a teu lado, as minhas mãos, percorrem, sem te tocar, o teu corpo, inalo o perfume da tua pele, e a minha respiração cobre-te. Deixo-me estar, junto do teu corpo, tentando adivinhar para onde foi a tua alma, a noite percorre o seu caminho e a Lua acaba adormecendo no horizonte. A nascente, a madrugada anuncia o rasgar do dia, o meu tempo está a esgotar-se, quero ficar, mais um instante, quero sentir-te perto de mim, por mais um momento, mas a luz vai deixar-me sem asas, converter-me num ser comum, tenho de voltar, ou perder-me-ei para sempre. Na suavidade do que resta desta noite, deixo-te um beijo, despeço-me de ti, regresso a mim...

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