terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Mar

Caminho, sobre a areia molhada da praia, os pés moldam marcas que deixo para trás, as ondas refrescam o corpo e a brisa desta manhã acaricia-me a face. Caminho, para lugar nenhum, nesta extensão de terra imensa, paralela à imensidão do oceano extenso. O céu, coberto de nuvens que se entrelaçam rasgando-se aqui e ali para deixar passar os raio do Sol, trás-me à memória imagens do passado.
Caminho, sem destino marcado, o tempo avança a meu lado, companheiro inseparável desta viagem, deixar-me á pelo caminho, quando as minhas forças se esgotarem e as dele, eternas, o levarem para além do infinito.
Horizonte longincuo, limite do meu olhar, deixa-me adivinhar o que está para lá de ti, para não ter de caminhar, incessantemente, para nenhum lugar. Paro, deixo o corpo cair sobre as ondas do mar, deixo o oceano envolver-me, perder-me, no azul deste lugar, sentir a água cobrir o rosto molhado pela maresia, sentir um arrepio na espinha.
Fico aqui, olhando o fundo, sentindo a vida expirar, o corpo arder, no frio deste mar, deixo-me arrastar até ao leito, para sempre, vou voltar, ao meu lugar...

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