terça-feira, 15 de julho de 2008

Te encontro...


Refletida no brilho das estrelas que noite após noite iluminam a minha saudade. Te encontro, dispersa nos elementos, na brisa, no ar que me rodeia e respiro, na água que me molha o rosto e dissimula as lágrimas que não choro, na terra, por onde caminha o corpo perdido de ti, no fogo que alimenta o desejo, a paixão e a alma, que me aquece nas noites frias de inverno.

Te encontro, no beijo inocente das aves, na imensa beleza das suas cores, no verde das árvores que me cobrem o corpo de sombra nas tardes quentes de Verão. No azul do céu, vazio de nuvens, que marca os limites entre o dia e a noite.

Te encontro, sempre, como se estivesses aqui, como se o teu corpo fosse meu, como se a realidade fosse apenas uma ficção. Estes corpos entrelaçados, me fazem recordar um passado distante, quando outros corpos, as mesmas almas, se entrelaçavam para se amar, na noite dos tempos, sentindo a eternidade passar-lhes por entre os dedos.

A saudade, percorre séculos, distâncias e momentos, tentando saciar os seus desejos, tentando morrer, por te encontrar. Por entre a multidão, atravessa corpos, perscruta almas, sentindo o ritmo aos corações, tentando te adivinhar.

Agora, no instante em que encontro perante mim, sinto o teu coração palpitar, sinto a tua alma me abraçar, se abre entre nós um mundo secreto que há muito julgavamos esquecido. Não quero te deixar partir, não quero que você se afaste de mim.

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