quarta-feira, 23 de abril de 2008

Unidos...


Desfaço o corpo em mil centelhas, percorro os céus na noite escura, como resquícios de um cometa perdido nos tempos imensos do Universo. Te encontro, Venus, desnuda, só, vazia de esperanças, envolta em pesadelos tenebrosos. Desço em espiral, na perseguição da tua alma. Te abraço o corpo num turbilhão de luz, apagando as sombras e te oferecendo os sonhos.

O meu corpo se cola ao teu, num encaixe perfeito, matéria sobre matéria, sentido sobre sentido. Encontramos a harmonia, sintonia que nos une num pretérito mais que perfeito, olhando para um futuro luminoso, onde os sonhos são a mais pura realização do presente. O tempo não passa porque o seguramos entre os dedos que se enlaçam na ânsia de se não perderem os corpos.
A chama que nos aquece, é fogo ancestral que em nós flutua, aquecendo em nosso peito o ar que respiramos, o prazer que sentimos quando estamos unidos.

Duas almas em um só corpo, os desejos que se mesclam e as tuas mãos, que são as minhas, acariciando o meu corpo que é o teu, em instantes de luxúria, em momentos de loucura.
Quanto o dia amanhece, resta ainda em teu olhar um brilho que resplandece. Uma centelha que brilha, uma réstia do meu corpo que em ti ficou.

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