segunda-feira, 7 de abril de 2008

Sozinho...


O escuro é agora o lugar onde me encontro, as sombras são a companhia que me abraça e o silêncio o ombro amigo que me ampara. Já não vôo no espaço aberto da noite, não conduzo na ponta dos dedos os sonhos, não ilumino os céus porque meu olhar perdeu o brilho. Hoje a noite é apenas um espaço entre dois dias.

A ausência de palavras emudece minha voz que não se propaga, a racionalidade invade o corpo, aprisionando a alma em seu interior, hoje perdi a liberdade de voar, deixei as convicções caírem e os sonhos dormiram e não mais despertaram. Pergunto-me onde estão os sentidos, a essência do amor, a paixão dos instantes em que nos oferecemos. Me pergunto como podemos nos perder e não mais nos encontrarmos.

Não sei onde estou, perdi a noção de lugar, de tempo, deixei o vazio vestir o meu corpo, deixei a solidão tomar de assalto a minha alma mergulhando o espírito nas águas frias do oceano profundo. Hoje sinto-me só, um vazio enorme toma conta de mim.

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