quinta-feira, 20 de março de 2008

Finalmente te Encontrei...


Sigo a corrente do teu corpo, como rio que se deixa levar, por entre montes e vales, contornos que me ofereces na nudez pura da tua própria alma. Sigo as letras que escreves, em cartas nunca enviadas, onde o prazer se deita sobre o papel, como corpo despido sobre o leito. Leio nos teus poemas, as frases de amor que nunca escutei de tua boca. Vejo em teu rosto a alegria que sempre te conheci, mesmo antes de te ver a ti.

Páginas de vida fluem rumo ao mar onde te fazes mulher, sentido intenso, desejo imenso. Aqui sentado na praia da vida, olho o horizonte, onde os sonhos se colam à realidade, onde o mar se encontra com o céu. Sinto na brisa o teu canto, som de uma voz que desconheço, que carrega na melodia as letras que sempre me escreveste.

Tenho saudades do teu beijo, da doçura de uns lábios que não conheço. Tenho saudades da tua letra, impressa nas cartas que nunca me escreveste. Tenho saudades do perfume do teu corpo, que nunca senti como meu. Parece impossível saber, sentir, ou mesmo sonhar como és, sem nunca te ter feito minha, mas a realidade é que muitas vezes o sonho trás a nós as memórias de vidas que já esquecemos.

Te espero, quando o tempo chegar ao fim, quando o dia houver terminado, quando a vida for capaz de trocar a realidade por um pedaço dos sonhos. Nesse instante, te tomarei em meus braços, tocarei suavemente os teus cabelos, olharei em teus olhos e te direi. "Finalmente te Encontrei!"

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