terça-feira, 3 de março de 2009

Flutua...

No ar teu corpo flutua, se move em ritmos lentos, ao som da música você da dança. Na escuridão da noite o céu revela o brilho das estrelas e ali te aconchega a alma. Te estendo a mão, te ofereço o meu corpo como suporte do teu, meu ombro para repousares tua cabeça, e dançamos. A música não existe, mas seguimos o ritmo da vida. Nossos corpos colados acompanham-se em passos calmos, em uma troca silenciosa, de olhares e sentimentos.

Te conheço, ouço teus pensamentos, sei entender nos teus gestos e o próximo passo, sei perceber num olhar a frase que se segue. Há muito que te sei, há séculos que te ouço, há uma eternidade que te sinto. Fala, sem nada dizer, porque nada precisa de ser dito, apenas, sentido.

Mais um passo, uma nota perdida nesta música inaudível, bailado perfeito, corpos em movimento. Você ouve os meus lamentos, que com o vento afagam teus cabelos, escuta porque ouvindo também te liberta desse peso, da mágoa imensa que carrega no peito. Sabe me ouvir como ninguém, me conheces porque me encontra em vários homens, porque sabes da minha existência deste o princípios dos tempos. O tempo passa o sentimento permanece...

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