domingo, 14 de setembro de 2008

Vazio...

Neste momento, eu paro para ouvir o silêncio profundo. Ouço Sunyata perfumar-se de incensos, o vazio se vestir de luz e a música fazer tocar os instrumentos. Deixo a voz sentir o grito, as mãos agarrarem o ar como instante em que quero ficar. É a noite que em mim se transforma, meu momento secreto que escondo no peito. Paixão ardente que consumo. Flor de perfume perfeito.

Sou teu, pertenço ao seu coração, sou pedaço de vida perdido, sou como um lugar esquecido que te visita na ânsia de não te apagar. Sou chama eternamente acesa, fogueira que se consome em brasas escondidas, cinza quente que aquece ter corpo dormente. Sou tecido que te veste véu que tua nudez esconde encontro imediato, vertigem que teu ventre estremece.

Abro o Sol no meio da tua noite, te faço mulher em meus braços de chuva, como água, pura quete inunda, como êxtase profundo que te penetra em um orgasmo, em um eclipse da mente sobrecorpo, como o fogo que queima a água, como o frio que derrete a cera. Grita, porque não consegue conter o prazer, porque te sente plena em mim, porque me sorve em tua inspiração.

O universo se contrai, juntamente com os corpos em plena explosão, sensação que nos dissolve. Caímos, no abismo da imaginação, no vazio da nossa própria realidade. E assim nos amamos...

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