domingo, 12 de abril de 2009

Viagens...

Estas viagens entre mundos deixam a minha mente exausta e quero apenas ficar aqui, onde esta água me completa, me recorda os primórdios do meu tempo. Aqui mergulho o corpo na água tépida deste mar interior. Adormeço sobre a tranquilidade que me inunda. Não sei mais quanto tempo fico aqui, já não regresso dos sonhos, deixando de parte toda a realidade. Não sei já o que sentir, como perceber os caminhos a trilhar.

Me afogo neste oceano que a cada intante me leva, me abraça como mortalha liquida. Sinto saudades, e espero que ao me afundar neste imenso azul, eu alcance as profundezas do teu corpo como outrora, num suspiro suspenso em meus lábios. Te beijo a boca que não se fecha neste abraço, e deixo de respirar como se sufocasse cada sentido em direção ao teu ventre.

Sei que não está aí, sei que partiu para qualquer outro lugar, mas de qualquer forma me deixo ficar. Perco a noção do espaço, do tempo, e a realidade faz-se agora de visões de outros mundos que desfilam como se voasse em direção a lugar nenhum, escuto a voz que me chama, mas não sinto o apelo da tua pele que se entranha em meu corpo vazio.

Percebo que não contenho a tua essência, mas que tu levaste toda a minha magia contigo, sorveste cada pingo da minha existência, deixando meu cadáver vivo para definhar nos anais do tempo. Sou a prova de que a vida continua mesmo depois da alma partir, e você o Sol que marca a linha do horizonte quando o dia adormece e a noite vem para me trazer a minha própria solidão.

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