sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Fecho os olhos...


Recebo o teu espírito em meu corpo, como benção divina que desce sobre mim. Ilumina-se a noite em devaneios de doce loucura. Exalo o perfume do teu beijo e liberto as fragrâncias do teu corpo. Fecho os olhos privando os sentidos, agito os braços em perpétuos movimentos. Sinto o frenesi da alma que em mares torbulentos se agita.

É o extase da magia que invade o meu espaço, recordações de instantes, momentos de prazer que gritam.Depois vem o silêncio, a calma e o aconchego, o corpo recolhe-se para se sentir mais próximo da sua própria aura. Não há nada em seu redor, paira simplesmente no vazio, como se fosse floco de neve, frio.

Fico na suspensão desta insustentável leveza, sabendo de que de um segundo a outro a gravidade me fará cair em abismos de realidades, puxando-me para outra dimensão. Silêncio, não se escuta nada durante a inércia deste segundo.Depois desço em espiral, escuto os gritos das pessoas nas ruas, os ruídos dos carros que se amontoam em filas intermináveis, vejo o Sol que queima o olhar, acabado de acordar. Sinto a náusea de tamanho despertar, sobressaltado, agitado, arrancado ao segundo anterior pelas próximas horas de vida intensa e cheia de perplexidades.

Descubro-me no meio da rua, envolto na multidão que em vagas se agita e me leva de um lado a outro neste oceano chamado quotidiano.

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