Na longa noite da vida, parei na berma do caminho e deixei-me ficar. O meu tempo seguiu em frente, e eu, simplesmente, parei. Fiquei a observar, as outras vidas que passavam, vi-vos passar a todos, escutei conversas, senti a desilusão dos vossos maiores fracassos. Sonhei com todos os vossos maiores sonhos. Vi-vos partir, tão rápido como chegasteis, e deixei-me ficar, parado, sentindo o vento passar, perdido do meu tempo, sem tempo algum onde me encontrar.
Nos momentos de solidão, enquanto naquela estrada não passava vida nenhuma, pensei em tudo o que vivi até ali, sonhei com o que teria vivido se seguisse o meu tempo, meditei sobre as decisões que tomei.
Aprendi, com cada vida que passou, colhi para mim pedaços das vossas histórias, e com o passar do tempo, os meus pés criaram raizes, os meus braços folhagem, o meu corpo, entumecido, endureceu.
Hoje, sou apenas uma árvore, na berma da estrada da vossa vida.
domingo, 14 de outubro de 2007
Esperar
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