domingo, 5 de agosto de 2007

COMO TER E MANTER AMIGOS



Meu pai faleceu em Curitiba e eu tive que vir do Rio de Janeiro imediatamente. Qual não foi a minha surpresa quando ao regressar do enterro encontrei seis amigos que tinham viajado 13 horas de carro para me dar apoio naquela hora difícil.

Marcos me telefonou e disse que precisava conversar. Ele andava muito estressado. Encontramo-nos numa confeitaria para comer uma gostosa coalhada e tomar um café. Que coisa boa dar risada, conversar sem compromisso, falar das frustrações. Como foi bom para o Marcos saber que alguém separou tempo na sua agenda para "jogar conversa fora", só por amizade!

Eu queria tanto ter um toca-fitas no meu carro mas o dinheiro andava curto e não dava para comprar. Fiquei assim por alguns meses até que o Amilton comprou um toca-fitas novo para o seu carro. Adivinha o que ele fez com o outro? Ele não vacilou, veio até minha casa e me deu o velho. Sem exigências, só pela nossa amizade!

Amigos não nascem em árvores, nem aparecem num passe de mágica. Boas amizades crescem ao longo do tempo e são resultado do investimento que fazemos em nossos relacionamentos pessoais. Existem alguns princípios básicos que podem ajudar-nos a desenvolver boas amizades. Eis alguns deles:

a.. Seja amigo! Quem deseja ter amigos precisa se fazer um amigo. Não espere que os outros tomem a iniciativa, mas desde o princípio mostre-se amigo das outras pessoas. Para experimentar uma boa amizade é necessário arriscar-se oferecendo a sua amizade ao seu próximo. Ainda que você seja tímido, peça a Deus para dar-lhe esta disposição e lhe direcionar para aqueles que precisam de amigos.

a.. Identifique os seus amigos, colegas e conhecidos! Conhecidos são aqueles que convivem conosco, estudam na mesma sala, comem na mesma cantina, trabalham na mesma empresa, moram na mesma rua, etc. A nossa conversa com eles nunca vai além de informações do tipo: "Oi! Quanto foi o jogo ontem?" Colegas são aqueles que nos conhecem um pouco mais. O nosso relacionamento com eles é estritamente "profissional". São amigos em potencial. Eles convivem um pouco mais conosco, sabem onde moramos, mas não conhecem os nossos sonhos, dúvidas e aflições. Nenhum dos dois sente que gostaria, pelo menos no momento, de investir em um relacionamento mais profundo. Amigos estão conosco na escola e na vida. Existe uma certa cumplicidade nos sonhos e nas aspirações. Partilhamos com eles o que nós somos e sentimo-nos aceitos por isso e apesar disso!

a.. Aceite que é impossível ser amigo de todo mundo! Estudiosos do comportamento humano tem descoberto que não temos tempo nem estrutura emocional para desenvolver, simultaneamente, mais do que 8 relacionamentos significativos em nossas vida. Desenvolver amizades sinceras e profundas exige tempo e exposição gradativa do nosso interior.

a.. Procure ter mais do que um amigo! A amizade saudável não é possessiva. Você não possui seu amigo e nem ele a você. Ter apenas um amigo é limitar muito a sua percepção de vida. Formar um grupo de amigos que jogam bola juntos, fazem passeios juntos é muito saudável e pode ser a cura para amizades possessivas.

a.. Aprofunde a amizade aos poucos! Ao fazer novos amigos você estará se tornando vulnerável à rejeição. Não abra todo o seu coração logo no começo. Agindo assim você dará oportunidade ao seu novo amigo de estudar e ver se ainda deseja continuar aprofundando o relacionamento. Você estará também conhecendo melhor a pessoa e descobrindo se ela é alguém em quem você pode confiar. Esta atitude permitirá que você possa desistir de investir numa amizade sem sentir que outro já sabe demais de você!

a.. Evite julgar pelas aparências. Lembre-se que o homem vê o que está diante dos olhos, porém Deus vê o coração das pessoas. Procure ver as pessoas como Deus as vê e você será surpreendido. Não importa "status" social, beleza, popularidade, etc. Quem procura um amigo deve começar valorizando o interior.

Quando você encontrar um amigo verdadeiro, a vida poderá levá-los por caminhos diferentes e anos se passarem até que num reencontro feliz vocês continuem aquela conversa tão gostosa iniciada "ainda ontem".

L. R. Silvado

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