domingo, 30 de novembro de 2008

Tua essência...


Visualizo em teu corpo despido a luz que suaviza o tom da tua pele de mulher. O ar é invadido pela essência do teu perfume, uma mistura de odores revelam os teus mistérios e desejos. Na ponta dos dedos crio o prazer que desperto na tua boca em suaves palavras não pronunciadas. Escrevo, te descrevo em cada instante de loucura e de ternura. Um Universo paralelo nasce em nosso redor, com sentidos, desejos e imagens que apenas conhecemos, exploramos e desfrutamos como se saboreássemos uma fruta fresca e doce.


Dentro de mim se mantém a terna paixão de uma juventude inacabada, um momento preso no tempo com finos fios de seda, que suspendem o vazio entre as palmas côncavas das nossas mãos. Mata minha sede com água pura do desejo, que escorrem pela tua pele como pequenas gotas de cristal que brilham e se mesclam no orvalho frio da manhã. Tomo teus lábios o carmim que meu corpo incendeia em labaredas de luxúria que consomem a alma e derretem o meu ser que se dilui em ti.


Flutuando subimos, para além dos limites do céu, onde cada estrela se faz de calor intenso que em nossos corpos se agarra e nos funde onda de intenso perfume que se dissipa por todo nosso universo. Sinto o gosto doce do chocolate derretido em tua boca, o mel dos sentidos que nos alimenta e enfim perdidos sobre os lençóis desta cama preenchemos os corpos desta lava que se mistura em espasmos de fina loucura.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Caminho escondido...


Entre um segundo e outro, busco um espaço no tempo que permita abrir um caminho escondido por detrás da porta da vida onde possamos sempre nos encontrar. Um caminho secreto, um lugar ambíguo onde tudo é perfeito, nosso esconderijo eterno, é neste lugar que te espero. Te descubro ao chegar nesse lugar, teu perfume exala no ar e ali você está , vestida em um negro cetim tal como a noite e teu brilho abre a porta da minha própria vida.

Sigo teu perfume encantado, feito de estrelas cintilantes, como luzes que o descobrem o caminho, como fogo em tua pele ardente. Deixa seu rasto do tempo, desse tempo que entre momentos suspendi para te ver e aqui estar. Sinto nos lábios teu doce mel, gosto agreste da tua suave pele, sorvo da tua boca o gosto que em minha boca afoga qualquer desgosto. Abrace meu corpo, me aqueça em teus braços ardentes de Fénix, acordando nele o teu desejo, o tomando como sendo o teu.

Aqui entre nós, a chama eterna se acende, nossa sede liquida num eterno e puro instante, em que o tempo simplesmente se suspende. Parece que é magia, mas não é, sinta aqui o meu peito, no suor da nossa pele, no ofegar premente. Quando tudo o que sentimos nos abraça todos os sentidos explodimos num clarão imenso de loucura que nossos corpos arrasa, deixando despidas as almas, que brilham na noite escura.

domingo, 23 de novembro de 2008

Te acolher...


O silêncio da noite nos abraça e com ele recebo teu corpo junto ao meu, tua alma me invade, a magia toma conta deste momento. No escuro nos tocamos e abraçados nos transformamos em um único corpo. Sentimos as asas do sonho nos envolvendo. E protegida dorme, dorme em mim como um anjo, cansado de tanto pranto.


Neste momento, sou a cama que te acolhe, a canção suave que te embala. Sou tudo mesmo não sendo nada. Sou o lugar secreto que teu corpo guarda prazer incontido que teus dedos queimam, quando em minha pele te deitas. Sou tanta coisa em um só instante, sou a loucura incessante, em que navegas e te entregas num movimento constante. E sinto teu corpo palpitar em cada gesto de ternura, em cada sorriso, pura e singela doçura que em teu leito calado esconde como poema, uma canção secreta que minha voz em silêncio entoa, e teus sentidos despertos escutam.


Toco-te os cabelos e deles teu perfume se exala pelo espaço, lugar comum onde me sente bailado em constante movimento que nossos corpos desnudos agitam, em convulsões rítmicas. Explosão de luz que a aurora atinge, derramando o dia sobre a escuridão da noite. E você, sabe que estou aqui, que te agarro e te cubro de beijos, que te sinto na ponta de meus dedos, e cantas nessa voz inaudível, gemidos de prazer que apenas meus ouvidos escutam loucuras e contos de um instante repleto de nós. Em meus braços você permanece adormecida, até que a manhã te acorde e teu corpo revigorado se reerguer para um novo dia que acaba de nascer.

sábado, 22 de novembro de 2008

Teu brilho...

Faço de teu corpo é meu refugio, meu lugar eterno e secreto, meu abrigo onde me escondo. Hoje possuo tua alma, como jardim secreto, que por tantas vezes foi aberto por nós. Nosso paraiso perdido tantas vezes encontrado. Hoje te tomo como minha, te conquisto e desbravo tua pele, como terra virgem. Te consumo como fogo em selva fechada, como água que a sede mata, como um vício que o corpo precisa.

Em você vejo muito mais que a imagem que se reflete no espelho, que a fotografia que desenha o teu corpo com a precisão de um raio de Sol em plena Primavera. Te vejo de forma para lá da singela beleza do teu rosto desenhado pela mão do Criador, para lá das curvas perturbantes da tua silhueta que por noites a fio me roubam o sono para te amar o corpo. Vejo a luz que tua alma irradia, que faz da minha noite escura, dia.

Você é o poema que invento, as palavras que desenho, o Sol que sempre a brilha, majestosa pose que tanta beleza aporta. Meus olhos ficam hipnotizados pelo brilho do teu olhar, pela cor suave do teu rosto que me deixa completamente perdido. Me faltam palavras, luz eterna e onipresente que rasga todas as sombras e me abraça a alma tirando-me o fôlego num só olhar.

Tua beleza deixa minha alma à deriva, me faz perceber que não tenho mãos para te conter, nem corpo para possuir tudo aquilo que você é, mas ainda assim, mantenho firme a esperança de poder ter de você, um pequeno raio de luz, lembrança da tua passagem por mim.

sábado, 15 de novembro de 2008

Instantes..


Existem momentos em que a porta de entrada para aquele lugar especial é o Silêncio e é neste lugar onde a cada instante nos encontramos. Neste instante de tempo, encontro teu olhar, que com a ternura que cabe em você me oferece, com a sensualidade que o teu corpo partilha com o meu. Este momento que a cada dia me oferece é a gloria da magia que em cada noite me inspira a dormir e a sonhar ao teu lado.


No momento presente, o Sol desce sobre o horizonte, venho pousar em você, como borboleta noturna que reclama o néctar dos teus lábios, como estrela que em teu céu se deixa dormir. E vôo sobre a planura do teu corpo, aflorando cada desejo que em você nasce como garoa que tua pele rega, com o prazer implícito nesta luxúria que teu corpo anuncia.


Sobre as cristas das ondas me aventuro neste mar aberto, nele sinto a cadência da tua loucura que contra meu peito se desvanece como a espuma da onda na beira da praia. Sinto você pulsando em mim como que quisesse me devorar e te dou na brisa deste vento suave, as palavras que te despertam e os sentidos que não consegues controlar.


Danças em meu corpo como num palco, salão imenso onde rodopias e enlouqueces ao som dos meus aplausos, num bolero rasgado, despido de preconceitos que apenas um tango mal fadado consegue conter num turbilhão de emoções que irão te levar ao êxtase que me provoca, quando com a tua língua meus lábios tocas.

sábado, 8 de novembro de 2008

Silêncio...


Nos últimos dias tenho guardado o silêncio, como forma de prender em mim as palavras que nascem de tantos voos. Me visto com as cores da noite, sopro as estrelas para longe, quero ficar sozinho na escuridão. Eclipso a Lua para que não brilhe no meu céu e deixo resvalar as lágrimas para que chova sobre mim.


Hoje sou eu mesmo, aquele que nada é, o próprio vazio, sem fé. Sou a sombra que escurece o dia, a dor que rasga o peito, o pranto que em guerras se digladia. Suspendo a respiração, desejo que o vento deixe de soprar, que a tempestade não me assole e que a vida se suspenda neste lugar.


Sinto que te perco por entre meus dedos, como que querendo-me chamar, mesmo sabendo que aqui, não posso te seguir como gostaria. Te vejo a distância como se pudesse te tocar, mas meus braços são curtos para te alcançar.


Fico aqui, quieto, envolto neste manto de silêncio, onde sempre fico quanto segue o teu caminho, sei que não tarda te verei de novo passar, noutro corpo, com outro olhar, mas sempre será você que volta para me desafiar.


Um dia espero quebrar as amarras e te siga para outro lugar, ou quem sabe um dia fique aqui para poder me cuidar. Voa que te vejo voar, te liberta no ar, como pólen que outras flores vai fecundar, sei que estará sempre aqui, de regresso ao mesmo caminho, voltará para me visitar, e eu aqui ficou sozinho a espera de te ver passar.